Opiniões...

Carta do Leitor de hoje do DN:

Festejos

Que em tempos a Igreja comandou e manipulou a mente de muitos disso ninguém tem dúvidas. Como cristão digo, não deixarei de festejar o ressuscitar de Cristo, e para tal, dou início à minha alegria em plena sexta-feira pelas 23h no Lugar de Baixo. Os valores da Vida não são os valores da igreja. O Homem evoluiu e a igreja mantém-se estagnada num passado pelo qual as novas gerações já não se identificam. Toda a pessoa tem direito à liberdade religiosa (...) de tal maneira que, em matéria religiosa, não se obriga ninguém a actuar contra a sua consciência nem o impeçam de actuar de acordo com ela em privado ou em público, sozinho ou associado a outras pessoas. (Concílio Vaticano II)

Existem outras que valem a pena ler também, das quais vou retirar e colocar aqui uma parte. Mas para as quiser ler na íntegra: Cartas do Leitor.


«J.P. - Hipocrisia

Hipocrisia é como classifico a atitude de todas essas pessoas e sacerdotes que andam a protestar contra a realização do evento Madeira@Paradise. A igreja e todos aqueles que seguem cegamente as práticas religiosas católicas ainda não se deram conta de que o bem deve ser praticado todos os dias em todas as situações e não é o facto de ir a uma igreja ou seguir certas regras estabelecidas por homens que vai absolver alguém dos seus pecados.
(...)»


«Donato Macedo - A oeste o Paraíso…

Respeito as convicções religiosas de todos quantos se sentem ultrajados com este evento na próxima sexta-feira. Não discuto fé. Há quem tenha e quem não tenha. E mesmo alguns que a tenham, mostram-se mais ou menos tolerantes e racionais... É esse o meu limite razoável de discussão nessa matéria, pelo que falta-me arte, sapiência e engenho para discuti-la. Quanto a factos é que os potentes décibeis não devem enfadar o recato circunspecto do crente, nem o sossego legítimo do residente. Nesse âmbito, duvido se a localização do tal evento é a mais adequada! Sim. Sou sensível ao ruído, apesar das autoridades fazerem tábua rasa a esse direito normativamente previsto. Não sei se o Paul da Serra acolheria melhor tamanha animosidade acústica...(?) Por outro lado, invocar a religião, seja ela qual for, para condicionar um exercício de liberdade individual é a meu ver, completamente despropositado e incorrecto. Assim sendo, questiono igualmente as procissões e o trânsito, os altifalantes a debitarem alguns décibeis nos campanários dos templos, o absentismo laboral nos dias santos e o impacto no PIB nacional, etc, etc... Há que haver alguma razoabilidade. A adjectivação "terrorista" ainda como recurso estilístico, utilizada por alguns "ministros consagrados" da nossa diocese foi no mínimo, infeliz. (...)»


«José Camarinha - Dúvidas

Acerca da polémica do evento Madeira Paradise, surgiram-me as seguintes dúvidas:
1- Porque é que o sr. Bispo não se lembrou de criticar o evento, aquando da sua divulgação (há meses atrás), esperando pelas vésperas da sua realização para criticá-lo?
2- Porque é que os padres preocupados com a música até altas horas da madrugada, não se preocupam com a barulheira das missas do parto?
3- Quem acusa a C. M. Ponta do Sol e o Governo Regional de compadrio com os interesses económicos, não são os mesmos que permitem comícios dentro dos adros das Igrejas?
4- Porque é que será que todos têm de respeitar a espiritualidade da quadra, se a mesma não lhe diz nada? Não será que têm o direito de não utilizarem esses dias para outras actividades que não a "espiritualidade"?
(...)»


Uma última, porque também não quero cansar quem lê:

«Marta Santos - Hipocrisia clérica?

Tenho achado muita piada ao protagonismo que certos sacerdotes deram a uma simples festa da juventude que por acaso se realiza na sexta-feira. E acho muita piada porque só prova a enorme hipocrisia que grassa na Igreja Madeirense. Sou uma jovem católica cada vez mais não-praticante, mas tal facto não é por causa de festas ou discotecas e sim por causa do comportamento da própria Igreja. Fazem toda esta cruzada (inclusive apelando quase a uma revolta popular digna da Idade Média), dizendo ser para o bem da juventude mas temos visto atitudes destes mesmos sacerdotes e Bispo contra esta mesma juventude. Mandam embora um padre que, esse sim, sabia trabalhar com os jovens, apoiam outro padre acusado de pedofilia, insurgem-se contra uma festa da juventude, mas incentivam arraiais profanos onde a embriaguez e a violência abundam. Mas ao menos as receitas vão para a Igreja. Agora eu digo, será que se a organização do Paradise disponibilizasse uma percentagem das receitas à Igreja a história seria diferente? Santa hipocrisia...
(...)»


Tenho dito!