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quarta-feira, janeiro 24, 2007

A censura...

... chega também aos blogs!

Conheço um caso recente, de um blog que teve de ser totalmente apagado porque um superior hierárquico entendeu que era lesivo para com a instituição.
Não era propriamente um blog sobre essa determinada instituição, mas sim sobre o quotidiano de duas pessoas que trabalhavam para ela. Naturalmente poderia haver alguma referência ao nome da instituição, ou até alguma imagem, mas será isso passível de ser considerado lesivo, e trasmissor de má imagem???

Assim vai este país...

quarta-feira, janeiro 10, 2007

A felicidade exige valentia.





"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas, não
esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela
vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos
problemas e se tornar um autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no
recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter
medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para
ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Fernando Pessoa - 70º aniversário da sua morte

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Cheguei a ter medo...

Cheguei a ter medo de te perder,
tu não chegaste sequer a ter medo.
Este silêncio de já não termos palavras
ouve-se nas outras palavras que trocamos.

Miserável mundo nosso e alheio,
igual ao que todos disseram da sua época,
e pior, porque este vivemos nós
e conhecemos nós, cada um conforme pode.

Já morrerram os ídolos tods da infância
e os da adolecência vão a caminho,
sobrevivente é o teu olhar cego
(hoje já só há um dos Righteous Brothers).

Na feira de velharias uma caixa
para tabaco com uma roca verde.
Tem o preço ainda em escudos, uma falha
num dos cantos, uma pequena cruz de cal.

Permaneces aí, à lareira, lendo livros vivos
e o seu turbilhão de palavras profundas.
Nunca mais chega o medo de nos perdermos,
eco um do outro em ricochete de silêncios.

Helder Moura Pereira

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Olha a piada....

Uma notícia que nos deixa tristes....

... pelas pessoas queridas que lá trabalham!!!!



O último 'Notícias da Madeira' publica-se hoje.

in DN a 4 de Janeiro de 2007


Calote de 2 milhões fecha 'Notícias da Madeira'

Semanário de Jaime Ramos foi hoje para as bancas pela última vez, deixando nove jornalistas sem emprego
Uma dívida de 2 milhões de euros, traduzida num empréstimo feito junto da banca, determinou o fecho do título.



O 'Notícias da Madeira' fecha hoje, em definitivo, as suas portas. A última edição estará à venda nas bancas pela última vez, pois ontem, ao final do dia, a administração do semanário comunicou aos jornalistas e demais trabalhadores a decisão de encerrar a empresa.

Pese embora a qualidade do trabalho produzido pela equipa de nove jornalistas, entre os quais pontificavam alguns dos melhores profissionais do sector na Madeira, um passivo acumulado de dois milhões de euros, traduzido num empréstimo feito junto à banca, determinou este epílogo, já que a circulação e as vendas do semanário situaram-se abaixo de todas as expectativas, com a venda de publicidade a não atingir as metas propostas.

Com prejuízos mensais acumulados e com a discreta saída de alguns dos sócios - Luís Miguel de Sousa, Carlos Pereira e Sílvio Santos, por exemplo - que desde o início do projecto tentaram sustentar o negócio, Jaime Ramos acabou por optar pelo fecho, pois as receitas não satisfaziam os compromissos, daí que a impressão do semanário não fosse paga há cerca de meio ano, com outros fornecedores a reclamarem também.

Lançado para as bancas em Novembro de 2000, então como diário, o 'Notícias da Madeira' interrompeu em Maio de 2005 a sua publicação diária, passando em Julho desse mesmo ano a semanário, cumprindo hoje setenta e oito edições semanais ininterruptas.

Jornalistas de créditos firmados lançados para o desemprego

Sem estudar adequadamente o mercado e mostrando demasiadas hesitações quanto ao produto pretendido - foi apresentado como jornal popular, mas acabaria por abandonar essa matriz, divergindo para outras apostas e mercados sem sucesso -, a empresa de Jaime Ramos, para além de ter acumulado prejuízos de certa monta, lança para o desemprego nove jornalistas de créditos firmados, para além de três outros profissionais, isto numa altura em que o mercado de emprego tem pouco para oferecer.

Resta acrescentar que a empresa detentora do título assumiu que vai cumprir escrupulosamente a lei, pelo que nos próximos dias serão pagas as respectivas indemnizações a todos os jornalistas - dois vencimentos por cada ano de serviço -, sem excepção, bem como aos 'designers' e revisor que ainda se mantinham ao serviço da empresa.


Miguel Torres Cunha

APARIÇÃO

A lua entrestecia. E serafins em choro
Sonhando, a dedilhar o arco entre as flores
Calmas em seu olor, exalavam das violas
Brancos ais a fluir no azul das corolas.
- Era o dia sagrado do teu primeiro beijo:
Amando-me em martírio o meu vão devaneio
Perfurmava-se sábio e ébrio da tristeza
Que até mesmo sem dor nem amargura deixa
No coração o fruto dum Sonho que o colheu.
E eu errava, a olhar as lajes do passeio,
Quando, envolta de sol, pela rua, em cabelo,
De noite, a rir, a rir, assim me apareceste
E a fada julguei ver de chapéu a brilhar
Que outrora, feliz, nos meus sonhos de infância
Perpassava, deixando pelas suas mãos ralas
Nevar em cachos brancos estrelas perfumadas.

Stéphane Mallarmé

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Déjà vu



«Descobre se o que sentes é um truque da tua mente ou realidade arrepiante.»



Título Original: «Déjà Vu»
Realização: Tony Scott
Elenco: Denzel Washington, Val Kilmer, Paula Patton, James Caviezel
Género: Acção/Thriller
País: EUA

Ano: 2006
Duração: 128 min.










Todos nós já tivemos a inquietante experiência de “déjà vu” – aquela lembrança súbita quando nos cruzamos com alguém que sentimos que conhecemos a vida inteira ou reconhecemos um lugar mesmo que nunca tenhamos estado lá.



E se estas sensações forem de facto avisos vindos do passado ou pistas para o futuro?



Na mais recente e fascinante aventura de acção produzida por Jerry Bruckheimer e realizada por Tony Scott, com argumento de Terry Rossio & Bill Marsilii, é um “déjà vu” que inesperadamente guia o agente ATF Doug Carlin (DENZEL WASHINGTON) para uma investigação que o conduz a um crime devastador.




Destacado para recolher provas após um rebentamento de uma bomba que gera uma explosão catastrófica num "ferry" em Nova Orleães, Carlin está prestes a descobrir que aquilo que muitos acreditam estar somente nas suas cabeças é, de facto, algo muito mais poderoso – que o leva numa corrida alucinante para salvar centenas de pessoas inocentes.



O agente descobre que o tempo e o espaço podem ser dobrados, fundindo-se num universo comum.

Déjà vu

«E se tivesses de contar a alguém a coisa mais importante do mundo, mas sabias que ninguém iria acreditar?»

terça-feira, janeiro 02, 2007

Começou um novo ano

"Nada começa: tudo continua.
Onde 'stamos, que vemos só passar?
O dia muda, lento, no amplo ar;
Múrmura, em sombras, flui a água nua.

Vêm de longe,
Só nosso vê-las teve começar.
Em cadeias do tempo e do lugar,
É abismo o começo e ausência.

Nenhum ano começa. É Eternidade!
Agora, sempre, a mesma eterna Idade,
Precipício de Deus sobre o momento,

Na curva do amplo céu o dia esfria,
A água corre mais múrmura e sombria
E é tudo o mesmo: e verbo o pensamento."

Fernando Pessoa
in Poemário Assírio & Alvim
2007