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quinta-feira, janeiro 04, 2007

Uma notícia que nos deixa tristes....

... pelas pessoas queridas que lá trabalham!!!!



O último 'Notícias da Madeira' publica-se hoje.

in DN a 4 de Janeiro de 2007


Calote de 2 milhões fecha 'Notícias da Madeira'

Semanário de Jaime Ramos foi hoje para as bancas pela última vez, deixando nove jornalistas sem emprego
Uma dívida de 2 milhões de euros, traduzida num empréstimo feito junto da banca, determinou o fecho do título.



O 'Notícias da Madeira' fecha hoje, em definitivo, as suas portas. A última edição estará à venda nas bancas pela última vez, pois ontem, ao final do dia, a administração do semanário comunicou aos jornalistas e demais trabalhadores a decisão de encerrar a empresa.

Pese embora a qualidade do trabalho produzido pela equipa de nove jornalistas, entre os quais pontificavam alguns dos melhores profissionais do sector na Madeira, um passivo acumulado de dois milhões de euros, traduzido num empréstimo feito junto à banca, determinou este epílogo, já que a circulação e as vendas do semanário situaram-se abaixo de todas as expectativas, com a venda de publicidade a não atingir as metas propostas.

Com prejuízos mensais acumulados e com a discreta saída de alguns dos sócios - Luís Miguel de Sousa, Carlos Pereira e Sílvio Santos, por exemplo - que desde o início do projecto tentaram sustentar o negócio, Jaime Ramos acabou por optar pelo fecho, pois as receitas não satisfaziam os compromissos, daí que a impressão do semanário não fosse paga há cerca de meio ano, com outros fornecedores a reclamarem também.

Lançado para as bancas em Novembro de 2000, então como diário, o 'Notícias da Madeira' interrompeu em Maio de 2005 a sua publicação diária, passando em Julho desse mesmo ano a semanário, cumprindo hoje setenta e oito edições semanais ininterruptas.

Jornalistas de créditos firmados lançados para o desemprego

Sem estudar adequadamente o mercado e mostrando demasiadas hesitações quanto ao produto pretendido - foi apresentado como jornal popular, mas acabaria por abandonar essa matriz, divergindo para outras apostas e mercados sem sucesso -, a empresa de Jaime Ramos, para além de ter acumulado prejuízos de certa monta, lança para o desemprego nove jornalistas de créditos firmados, para além de três outros profissionais, isto numa altura em que o mercado de emprego tem pouco para oferecer.

Resta acrescentar que a empresa detentora do título assumiu que vai cumprir escrupulosamente a lei, pelo que nos próximos dias serão pagas as respectivas indemnizações a todos os jornalistas - dois vencimentos por cada ano de serviço -, sem excepção, bem como aos 'designers' e revisor que ainda se mantinham ao serviço da empresa.


Miguel Torres Cunha

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